Por Silvina Gonçalves, Economista especializada em Gestão Aplicada para PME e Board Facilitator da TAB Portugal
Um ambiente de trabalho harmonioso é fundamental para o bem-estar e a produtividade dos colaboradores, pois promove a colaboração, a criatividade e a satisfação profissional. Quando os membros de uma equipa se sentem respeitados e valorizados, a comunicação flui de maneira mais eficaz, reduzindo a probabilidade de conflitos e mal-entendidos. Além disso, um ambiente positivo estimula o compromisso e a motivação, resultando em melhores desempenhos individuais e coletivos. Mas qual é a fórmula mágica para lá chegar?
Comecemos pelas más notícias: os conflitos no ambiente de trabalho são intrínsecos à dinâmica das relações profissionais e podem ter várias origens e gatilhos, desde diferenças de personalidade, divergências de opinião, competição por recursos limitados ou mal-entendidos.
E a não gestão destas ocorrências levam à falta de harmonia que, em efeito dominó, podem levar a um clima organizacional tóxico, afetando não apenas a moral da equipa, mas também os resultados da empresa. Assim, investir na construção de relacionamentos saudáveis e na resolução construtiva de conflitos é essencial para o sucesso, a médio e a longo prazo de qualquer empresa.
Vamos agora às boas notícias: há duas formas essenciais que são a base da promoção de um ambiente de trabalho harmonioso:
Promover a comunicação aberta. De que forma?
- Incentivar reuniões com periodicidade regular, onde todos os membros da equipa possam partilhar as suas opiniões.
- Implementar uma cultura de feedback, promovendo a partilha de críticas construtivas.
- Utilizar ferramentas de comunicação que facilitem a troca de ideias.
Construir relações saudáveis. De que forma?
- Promover atividades de team building que ajudem a fortalecer os laços entre os membros da equipa.
- Reconhecer e valorizar as contribuições individuais, respeitando as diferenças de estilo.
- Criar um ambiente de trabalho inclusivo onde todos se sintam valorizados e respeitados.
No entanto, e porque é inerente ao ser humano, mesmo em ambientes em que se promove uma boa comunicação, os conflitos surgem. É essencial os líderes das empresas perceberem que os conflitos são naturais e aqui voltamos às boas notícias: eles podem ser geridos de forma eficaz não só com comunicação aberta mas, principalmente, se tiverem por base o respeito pela personalidade e estilo de cada um.
E para chegar a esse nível de conhecimento existem várias ferramentas que permitem identificar o perfil comportamental de cada um dos colaboradores. E é a compreensão desses perfis que vai desempenhar um papel significativo na melhoria da comunicação entre os líderes e os membros da equipa.
Uma dessas ferramentas é o modelo de avaliação D.I.S.C. que identifica e categoriza as pessoas em 4 perfis/comportamentos: Dominante, Influente, Estável, Consciente. Conhecendo os diversos perfis existentes na equipa é possível identificar oportunidades de desenvolvimento e melhoria, sendo extremamente relevante na resolução de conflitos.
O modelo D.I.S.C. é um verdadeiro mundo a explorar. Partilho, neste artigo, algumas das características comuns de cada perfil e uma estratégia de como liderar com o mesmo em caso de conflito em contexto de trabalho.
- Dominante (D): Focado em resultados, pode ser direto e assertivo.
Estratégia: Incentivar a expressar suas opiniões de forma construtiva.
- Influente (I): Sociável e otimista, procura a aceitação.
Estratégia: Estimular a colaboração e o feedback positivo para resolver desavenças.
- Estável (S): Paciente e leal, evita confrontos.
Estratégia: Criar um ambiente seguro onde possam expressar suas preocupações sem medo de represálias.
- Consciente (C): Analítico e detalhista, valoriza a precisão.
Estratégia: Usar dados e fatos para fundamentar discussões e soluções.
Tenha em mente que entender quais são as causas dos conflitos no trabalho é o primeiro passo para poder solucioná-los.