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Sabe como construir uma cultura de confiança na sua PME

Foto do escritor: Rita Maria NunesRita Maria Nunes

Atualizado: 6 de fev.

















Por Rita Maria Nunes, Country Manager TAB Portugal


Muitos empresários estão tão envolvidos no dia a dia do seu negócio que, entre as várias competências técnicas que têm de dominar – desde as operações, a gestão financeira, o conhecimento do setor, os recursos humanos, as regulamentações, os requisitos legais, etc. – acabam por não ter tempo nem foco para uma habilidade essencial na liderança de uma empresa.


Refiro-me a uma competência muito simples, extremamente subvalorizada, de baixo desempenho e, na maioria das vezes, incompreendida. É um conceito aparentemente simples e direto, mas que continua quase indefinido para muitos empresários, particularmente aqueles que começaram os seus negócios há pouco tempo ou que seguiram o seu trajeto sozinhos ou quase. E qual é então a habilidade misteriosa que separa os bons líderes dos grandes? Confiar. Mas confiar numa via de dois sentidos.


Confuso? Vou esclarecer tudo.


A confiança é uma palavra difícil de definir, especialmente quando o tema está relacionado com a liderança de empresas. Isto acontece porque, frequentemente, é mal utilizada. Uma afirmação do tipo “Confio que tens as ferramentas necessárias para realizares o teu trabalho” não reflete, de facto, uma posição de confiança, mas sim uma expectativa de que um requisito seja cumprido. “Acredita em mim, o teu trabalho e dedicação estão a ser devidamente notados” é mais um incentivo ao desempenho do que uma declaração de garantia ou validação. Como usamos tantas vezes a palavra “confiança” de forma errada, ou até como uma espécie de propósito oculto, o seu verdadeiro significado e intenção acabam muitas vezes por se perder em tretas do próprio léxico empresarial.


O que realmente significa confiança?


Segundo Merriam-Webster, a confiança define-se como uma crença garantida no carácter, habilidade, força, competência ou verdade de alguém ou algo. Lê de novo, por favor. E aprofunda a noção do termo, nomeadamente o poder e as armadilhas que podem estar associadas ao conceito de confiança. Na prática, quem é que garante essa confiança?


A resposta mais curta é que a confiança não é um visto ou uma cruz que marcamos uma vez e que permanece para sempre ao teste do tempo. Na verdade, e na minha perspetiva, a confiança é um ato de equilíbrio constante, muitas vezes ténue, entre a vulnerabilidade e a responsabilidade. A ideia de confiar noutra pessoa pode evocar, a muitos empresários e pessoas com cargos de liderança, sentimentos desconfortáveis.


Porque é que a confiança se perde tão facilmente?


Mais uma vez, a confiança não se limita a uma ação ou a ser uma mera informação assinalada, mas sim a um ato contínuo de responsabilidade que, ou é reforçado com a consistência, ou é facilmente posto em causa pela falta de fiabilidade.


A confiança exige tempo, repetição e intenção. É uma componente essencial para construir uma equipa produtiva e uma cultura empresarial sólida e interessante. Mas, tal como uma bola de demolição, a confiança numa empresa, no seu dono e nas principais relações também pode ser destruída num ápice. Basta um instante, seja por causa de uma promessa que não foi cumprida, uma pequena e inocente mentira ou uma evidente falta de apoio. E os efeitos para a organização podem ser devastadores.


Como difundir a confiança na tua empresa?


Confiar é uma via de dois sentidos. Ou seja: a confiança que os teus colaboradores depositam em ti e nos outros líderes do negócio é tão importante quanto a confiança que depositas neles. A construção de uma cultura de confiança começa no topo e, como líder do teu negócio, não duvides que a bola está do teu lado.


Partilho contigo os sete passos mais relevantes para a construção de uma cultura de confiança na tua empresa:


  1. Lidera pelo exemplo.


    Modela os comportamentos e ações que esperas da tua equipa. Definir um padrão de confiança não só constrói a tua própria credibilidade como chefe, mas também estabelece o tom certo para toda a organização.


  2. Sê transparente.


    A tua disponibilidade em relação às diversas dinâmicas do negócio demonstra aos teus colaboradores que tens respeito por eles e que confias neles informações que podem afetar a empresa ou os seus empregos.


  3. Define expectativas claras.


    Estabelece objetivos claros e mensuráveis que permitam à tua equipa executar melhor os seus projetos e atingir as metas definidas. A clareza reflete uma posição de justiça e transparência e, inevitavelmente, aumenta a confiança entre todos os membros da organização.


  4. Promove o sentido de responsabilidade.

    Assume o controlo das tuas ações e deixa claro que esperas o mesmo dos colaboradores. Ao mesmo tempo que todos são responsabilizados pelas suas ações, certifica-te também de que lhes forneces os recursos e o apoio necessários para que possam cumprir as suas tarefas com sucesso.


  5. Mantem uma política de portas abertas.


    Enquanto líder da empresa, torna-te acessível a cada um dos teus colaboradores. Isso vai demonstrar que valorizas as opiniões deles, estás disponível para debater ideias e que estás disposto a reservar tempo para estreitar a ligação com eles de forma individual, o que, por si só, será um grande construtor de confiança.


  6. Capacite e promova a tomada de decisões.


    Permitir que os colaboradores possam tomar as suas próprias decisões sobre a melhor forma de desempenhar as suas funções sublinha a tua confiança nas suas capacidades profissionais e também promove a iniciativa e o pensamento inovador.


  7. Reconheça um comportamento confiável.


    Valida, valoriza e celebra ações de integridade, confiabilidade e outras contribuições positivas. Isto incentivará a equipa a manter elevados padrões pessoais e atuará como catalisador na construção de uma cultura de verdadeira confiança e respeito.


Lembra-te de que a confiança mais fácil é a que se constrói todos os dias.mente se perde do que se conquista. Como líder do teu negócio, define o tom da mesma.

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