Quantas vezes paramos para pensar no nosso negócio? Não nas tarefas do dia-a-dia, nas reuniões ou na apresentação que vamos fazer a um cliente, mas na nossa empresa como um todo, no rumo que queremos dar-lhe, nas oportunidades que o futuro guarda e nas mudanças que temos de efetuar para crescer?
Como empreendedores é-nos difícil ter tempo para tudo o que está aos nossos ombros e se nos é difícil sequer chegar a casa a horas do jantar, quanto mais parar para repensar o negócio que até pode estar a correr bem. Mas muitas vezes é essa falta de reflexão que nos está a impedir de dar o salto e de levar o nosso negócio mais além.
Mas como começar esta reflexão?
Mesmo a mais profunda reflexão, se não for estruturada, dificilmente dará frutos, pois corremos o risco de não o fazer de forma objetiva, gastando muito mais tempo do que o necessário e tirando menos conclusões úteis. Uma boa forma de o fazer, é recorrer à análise SWOT.
Talvez por ser uma ferramenta tão conhecida por quem já tem experiência no mundo empresarial, a SWOT é, por vezes, subvalorizada por muitos empresários, que a consideram uma análise a ser realizada esporadicamente. No entanto, a análise SWOT pode ser uma ajuda preciosa para definir uma boa estratégia.
Para perceber melhor a sua importância, e o porquê de ser uma das análises base que sustentam um planeamento estratégico, é necessário conhecer o seu significado. A palavra “SWOT” não é nada mais que um acrónimo que, em português, significa forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (do inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats). No fundo, o que se pretende com esta análise é ficar com uma noção estudada daquilo que se passa dentro da empresa e fora dela.
A fase de introspeção, do estudo das forças e fraquezas, pode parecer desnecessária para alguns empresários, pois muitos pensam que sabem bem os seus pontos fortes sem refletirem no assunto, e admitir que o negócio tem alguns pontos em que poderia melhorar é difícil. Quanto melhor conhecermos as nossas forças, que nos dão uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes, melhor conseguimos direcionar a estratégia. Do mesmo modo, ao identificarmos as nossas fraquezas podemos agir sobre elas e começar a corrigi-las.
Como fazer uma análise SWOT
Para facilitar esta análise, há algumas perguntas que podemos colocar a nós mesmos, que nos ajudam a identificar, de forma clara, os pontos fortes e fracos do nosso negócio:
Forças (S – Strengths)
- Em que é que o meu negócio é bom?
- O que é que me distingue da concorrência?
- Do que me orgulha mais na minha empresa?
- O que é que os concorrentes consideram ser os meus pontos mais fortes?
Fraquezas (W – Weaknesses)
- Onde é que eu acho que posso melhorar?
- Quais os recursos que podem causar problemas?
- Que desvantagens enfrento face à concorrência negócio?
- Quais as queixas dos nossos clientes?
Porém, um negócio não está isolado do mundo à sua volta, e conhecer o mercado e os concorrentes é crucial para decidir como podemos usar as nossas forças a seu favor e defender os pontos mais fracos. O sucesso de uma empresa depende da sua capacidade de se adaptar às dinâmicas do mundo dos negócios e, para isso, é preciso estar dentro do assunto.
Ficam aqui também algumas ideias de perguntas para facilitar a navegação por todo o ambiente que rodeia o nosso negócio:
Oportunidades (O – Opportunities)
- Que tendências posso aproveitar para o meu negócio?
- Como posso tornar as minhas forças/fraquezas em oportunidades?
- Como está o mercado a mudar?
- Existe alguma tecnologia que possa tirar proveito?
Ameaças (T – Threats)
- Que obstáculos enfrenta a minha empresa?
- Qual a situação da concorrência? Algum novo concorrente?
- Há alguma tecnologia emergente que desvaloriza o meu negócio?
- De que forma as minhas fraquezas podem ser expostas?
No fim, para podermos tirar algumas conclusões, é necessário cruzar a informação recolhida: como é que podemos usar os pontos fortes para aproveitar as oportunidades que o mercado nos dá? Será que algumas das fraquezas podem ser, de certo modo, neutralizadas se tirarmos proveito de alguma circunstância pontual que nos pode beneficiar? O ideal é juntar toda a informação e criar cenários, tanto positivos ou negativos, para planear o futuro.
O mundo dos negócios está em constante movimento e uma atualização frequente das conclusões retiradas na primeira análise SWOT beneficia qualquer empresa, sendo uma boa ajuda para navegar pelo mercado com maior confiança nas nossas decisões.