Por Silvina Gonçalves, Economista especializada em Gestão Aplicada para PME e TAB Business Owner na TAB Portugal
Os tipos de liderança têm sofrido várias alterações ao longo dos tempos. Desde o modelo autocrático (com um só comando), passando pelo liberal (comando horizontal) e sem esquecer o democrático (ouve todos e depois decide), temos agora a liderança positiva. É um estilo que centra atenção nas pessoas e não apenas nos resultados. Isto é, o foco está no desenvolvimento e no bem-estar dos colaboradores, procurando criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam valorizados e motivados a conseguir alcançar o seu pleno potencial.
E sejamos claros: isto faz toda a diferença e permite aos empresários alcançarem o melhor de dois mundos. Se, por um lado, criam condições para alavancar o crescimento pessoal e profissional dos seus colaboradores, em paralelo atingem os objetivos estratégicos da empresa. Ambos os fatores estão comprovadamente interligados e resultam em sucesso.
Um dos aspetos fundamentais de uma liderança positiva é a capacidade de o líder inspirar e motivar as suas equipas, promovendo uma cultura de confiança, respeito e apoio mútuos. Humanizar é a palavra de ordem e que deve ser entendida e trabalhada nos dois sentidos, do líder para a equipa e da equipa para o líder. Quem está ao leme do navio é também um ser humano, e deve ser visto pela tripulação como tal, devendo este, impreterivelmente, reconhecer e valorizar o trabalho individual de cada elemento do seu navio. Todos estão dentro do navio e todos devem sentir-se compreendidos, valorizados, envolvidos e capacitados.
Por conseguinte, nesta liderança positiva é crucial que o empresário tenha uma inteligência emocional muito bem desenvolvida. Afinal de contas, é o comportamento e a atitude dele que promove o bem-estar e o sucesso de todos como equipa. Deve ser um modelo a seguir e garantir que tem a genuína capacidade de inspirar aqueles com quem se relaciona. Falamos de líderes que têm uma comunicação transparente, que estão abertos à opinião e ao feedback dos outros e que conseguem resolver conflitos de uma forma construtiva.
Só deste modo estará apto a exercer uma liderança positiva e fazer o que estiver ao seu alcance na concretização do desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores, investindo no seu crescimento, na formação contínua e na sua capacitação. Para o efeito, é essencial ter em conta as aspirações individuais de cada elemento.
E como se prepara a equipa para se conseguir chegar a este nível de conhecimento? Partilho 5 técnicas que, certamente, ajudarão a cumprir este desígnio:
- Seja o primeiro a ter relações agradáveis com os seus colaboradores;
- Incentive de modo ativo o olhar positivo e de valorização entre os grupos;
- Certifique-se que há interação real entre os elementos da equipa;
- Fomente a empatia entre os seus profissionais;
- Reconheça, e demonstre de forma clara, os bons resultados.
A liderança positiva é, assim, essencial para promover um clima organizacional saudável e produtivo. Ao ter como uma das suas prioridades o bem-estar dos colaboradores, o líder positivo consegue alcançar:
- Maior retenção de talentos: colaboradores valorizados, apoiados e inspirados pelos seus líderes têm menos probabilidade de procurarem alternativas e optarem por novas oportunidades de trabalho;
- Clima organizacional favorável: com um ambiente de trabalho positivo os colaboradores sentem-se mais envolvidos, impulsionando a produtividade e aumentando a criatividade e a inovação;
- Melhor performance organizacional: ao sentirem-se comprometidos os colaboradores tendem a esforçar-se ainda mais, incrementando o espírito de equipa de um modo natural, para alcançar os objetivos e o sucesso da empresa.
Através de comunicação clara e eficaz, os líderes positivos cultivam um propósito comum, promovendo a lealdade e compromisso dos colaboradores, resultando num maior desempenho organizacional e satisfação no trabalho.